Análise Crítica Literária Comparada - 3º A, B, C.



Análise Literária comparada – 3º Ano (A, B, C)

·         Grupo de até 6 alunos da mesma turma;
Alunos que estiverem sem grupo, serão encaixados em algum a critério do professor, como quantidade inferior de alunos por grupo.

·         Data da entrega:
Trabalho impresso e em pdf – 28 de março de 2019;
No título do e-mail, informar o tema e a turma, por exemplo, tema 01 – 3º A;
E no corpo, mensagem, os integrantes.


·         Apresentações:
entre o dia 01/04 até 05/04/2019;

Os grupos deverão agendar com o professor a data entre estes dias e informar a duração da apresentação.

Cada grupo ficará encarregado por um tema, sendo eles:

Tema 1 - Estátua, Camilo Pessanha
Tema 2 - Vou sobre o Oceano (o luar, de doce, enleva!), António Nobre
Tema 3 - É necessário amar, Alphonsus Guimaraens
Tema 4 - Solitário, Augusto dos Anjos
Tema 5 - BRAÇOS, Cruz e Souza
Tema 6 - Legenda dos Dias, Raul de Leôni
(Poemas ao fim da postagem).

Acerca do trabalho escrito:
Deve seguir as Normas da ABNT de acordo com os seguintes links:

Não são necessários: página de rosto, página de avaliação e lombada.

Capítulos obrigatórios:
·         Introdução;

·         Contexto histórico do Simbolismo e as suas características estéticas;
No caso dos temas 1 e 2 – Contexto e características do Simbolismo português;
Nos temas 3, 4, 5 e 6 – Contexto e características do Simbolismo brasileiro.

·         Biografia do Autor;
Observação - Citar apenas o nome do autor como título do capítulo.

·         Análise do poema ‘___________’.
Deve conter a resenha do poema, relação entre o autor e a obra, características estéticas como métrica, rimas, figuras de linguagem entre outras, como questões de construção sintática.

·         Análise comparada: ‘título do poema’ e a ‘título da música’.
Realizar uma resenha comparativa entre o tema do poema e uma canção que aborde a mesma temática. Importante, informar dados sobre o autor da música, disco que consta a canção.

·         Conclusão;
Cada integrante do grupo deverá realizar a sua conclusão acerca do tema. A cada nova conclusão, uma nova página.
Ao integrante que não realizar a conclusão, a sua nota será dividida por dois.

·         Referência bibliográfica.
De acordo com a ABNT 6023:2018, consulte:


TEMAS:

1.       Estátua, Camilo Pessanha
Charles Baudelaire

Cansei-me de tentar o teu segredo:
No teu olhar sem cor, de frio escalpelo,
O meu olhar quebrei, a debatê-lo,
Como a onda na crista dum rochedo.

Segredo dessa alma e meu degredo
E minha obsessão! Para bebê-lo
Fui teu lábio oscular, num pesadelo,
Por noites de pavor, cheio de medo.

E o meu ósculo ardente, alucinado,
Esfriou sobre o mármore correto
Desse entreaberto lábio gelado...

Desse lábio de mármore, discreto,
Severo como um túmulo fechado,
Sereno como um pélago quieto.
In: MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 30ª edição. São Paulo: Cultrix, 2006. P. 412.
****************************************************************

2.       Vou sobre o Oceano (o luar, de doce, enleva!), António Nobre.

Vou sobre o Oceano (o luar, de doce, enleva!)
Por este mar de Glória, em plena paz.
Terra da Pátria somem-se na treva,
Águas de Portugal ficam, atrás.

Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
António, onde vais tu, doido rapaz?
Não sei. Mas o Vapor, quando se eleva,
Lembra o meu coração, na ânsia em que jaz.

Ó Lusitânia que te vais à vela!
Adeus! que eu parto (rezarei por ela)
Na minha Nau Catrineta, adeus!

Paquete, meu Paquete, anda ligeiro,
Sobe depressa à gávea, Marinheiro,
E grita, França! pelo amor de Deus!

NOBRE, António. Vou sobre o Oceano (o luar, de doce, enleva!). Disponível in: < https://www.escritas.org/pt/antonio-nobre>. Acesso em: 05 mar 2019
************************************************************************

3.       É necessário amar, Alphonsus Guimaraens

É necessário amar... Quem não ama na vida?
Amar o sol e a lua errante! amar estrelas,
Ou amar alguém que possa em sua alma contê-las,
Cintilantes de luz, numa seara florida!

Amar os astros ou na terra as flores... Vê-las
Desabrochando numa ilusão renascida...
Como um branco jardim, dar-lhes na alma guarida,
E todo, todo o nosso amor para aquecê-las...

Ou amar os poentes de ouro, ou o luar que morre breve,
Ou tudo quanto é som, ou tudo quanto é aroma...
As mortalhas do céu, os sudários de neve!

Amar a aurora, amar os flóreos rosicleres,
E tudo quanto é belo e o sentido nos doma!
Mas, antes disso, amar as crianças e as mulheres...
GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização de Alphonsus de Guimaraens Filho. Introdução de Eduardo Portella. Notas biográficas de João Alphonsus. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1960. p. 306.
****************************************************************************
4.       Solitário, Augusto dos Anjos

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
ANJOS, Augusto. Eu e outras poesias. São Paulo: Martins Fontes, 2000
*********************************************************************
5.       BRAÇOS, Cruz e Souza

Braços nervosos, brancas opulências,
brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
alvuras castas, virginais alvuras,
lactescências das raras lactescências.

As fascinantes, mórbidas dormências
dos teus abraços de letais flexuras,
produzem sensações de agres torturas,
dos desejos as mornas florescências.

Braços nervosos, tentadoras serpes
que prendem, tetanizam como os herpes,
dos delírios na trêmula coorte...

Pompa de carnes tépidas e flóreas,
braços de estranhas correções marmóreas
abertas para o Amor e para a Morte!

SOUZA, Cruz. Braços. In: MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 28ª edição. São Paulo: Cultrix, 2007. p. 309.
*************************************************************************
6.       Legenda dos Dias, Raul de Leôni

O Homem desperta e sai cada alvorada
Para o acaso das cousas... e à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o ideal nalguma encruzilhada...

As horas morrem sobre as horas... Nada!
E ao Poente, o Homem, com a sombra recolhida,
Volta pensando: "Se o Ideal da Vida
Não veio hoje, virá na outra jornada “...

Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,
Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta o horizonte pela esfera...

E a Vida passa... efêmera e vazia;
Um adiamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia...

LEONI, Raul de. Legenda dos Dias. In. MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 28ª edição. São Paulo: Cultrix, 2007. p. 348.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ilha das Flores - Resenha

Análise e Produção - Pacato Cidadão.